quinta-feira, 23 de julho de 2009

Isto Promete!

Estou já em Salta, no norte Argentino, prestes a dar entrada na Bolívia. Na viagem de autocarro para cá, nao bastasse já durar umas 20 horas, ainda estive parado em Rosário umas 4 horas mais para trocarmos de viatura porque umas das janelas partiu-se a meio do percurso. Igénuo, julguei que tivesse sido causado por diferenças térmicas ou algo assim. Parece que havia um grupo de senhores que queria muito fazer amigos, entao atiraram pedras ao autocarro para que parássemos e fossemos tomar mate com eles...

Chegando a Salta, finalmente dou conta que realmente estou na América do Sul. A cidade, as pessoas, a paisagem correspondem exactamente à ideia que tinha construída sobre este continente. Fora do conforto de Buenos Aires começo a dar conta das dificuldades que terei daqui para a frente. Dificuldades que certamente trarao as suas recompensas, e que já se fazem sentir.

Isto definitivamente promete


Salar grande...um grande e branco nada!!



Povo de Humahuaca


Cerro Paleta del pintor, Humahuaca


Cerro de las 7 colores, PurmamarcaAlinhar ao centro


sábado, 18 de julho de 2009

Início do Fim

O meu estágio terminou! Chegou ao fim um ciclo de 6 meses, onde fui posto à prova numa nova realidade, numa nova cultura, num novo mundo.
Olhando para trás e analisando os meus momentos cá, arrisco-me a dizer que passei com distinção. A nossa própria evolução é algo difícil de perceber, pois quando evoluímos para algo dificilmente nos apercebemos de como eramos, mas uma experiência tão rica não poderia passar despercebida.

Mas o título deste post é o "início do fim" e não "o Fim", querendo isto dizer que ainda há muito a fazer. Já estava de viagem marcada quando me apercebi que havia ainda coisas a fazer na "to-do list" apresentada do lado direito deste Blog. Como o campeonato de futebol já terminou, já não posso assistir ao jogo. O teatro continua em obras e não posso esperar um ano para que abra.
Restava-me então a Bolívia, o Peru e, principalmente, Machu Picchu (ok fica no Peru, mas queria dar um ênfase a este local em particular).
Portanto, não podendo ir ao jogo nem ao teatro, a escolha mais óbvia é: Bolívia!

ah!! e Peru também!

Bom, já agora passo por Machu Picchu, não custa nada.



A viagem inicia-se hoje às 18:30, horas locais. Começo no norte da Argentina, em Salta e Jujuy e vou subindo, ao sabor do acaso, até chegar a Lima, onde termina a minha viagem. Não sei se conseguirei ir actualizando o Blog, mas prometo que vou tentar. Se não, até dia 20 de Agosto, em Portugal.


Obrigado por me terem acompanhado este tempo todo.

Hasta Siempre, nos vemos!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

INOV - Um estágio de risco

Nada como um estágio do INOV para aumentar a adrenalina. Desde que cá cheguei corro risco de vida: antes de vir, avisavam-me para ter cuidado com o Sol, parece que o grande buraco da camada de ozono está praticamente em cima da minha cabeça. Quando cá cheguei tive que ir a correr tomar a vacina da gripe amarela e fugir da dengue (que não tem vacina) porque o mosquito andava aí por toda a parte. Agora parece que tenho que me afastar das porcas por causa da gripe. Até já ando a dormir com um olho aberto por causa dos perigos que aí andam.

A grande preocupação em torno da gripe só cá chegou a passada segunda-feira às 16 horas. Antes disso os porcos eram nossos amigos. As eleições para o senado foram no domingo, hmm, será que tem a ver? Ou foi só coincidência? Se calhar, já informado, o vírus apenas decidiu passar por cá às 16 horas de segunda-feira.

E porquê às 16h? Isto porque após ter vindo afirmar que não ia ser declarado estado de emergência às 14h, o ministro da saúde deve ter recebido um telegrama do vírus a avisar da sua vinda então decidiu voltar a dirigir-se ao povo, afirmando que naquele instante era declarado estado de emergência nacional. Escolas já foram fechadas, universidades, centro comerciais (em apenas algumas cidades), os stocks de álcool nas farmácias desapareceu totalmente de um dia para o outro, enfim, desde cá cheguei os fabricantes de protectores solares, repelentes de mosquito e álcool devem ter sido os que mais enriqueceram.

No próximo domingo vai haver o jogo que decide o campeonato nacional entre o Huracan e o Velez e espera-se casa cheia. Estavam indecisos se iriam abrir as portas ou não, mas parece que o H1N1 é do Boca Juniors, por isso não vai lá estar.

Parece-me também que há para aí gente que já aprendeu a detectar o vírus. É comum ver gente a andar com as máscaras pela rua, e muitas vezes vejo-os a retirarem a máscara mesmo quando estão no meio da multidão - "é seguro pessoal, vi o vírus a virar nesta rua, já não nos apanha aqui!"


Meus caros, se até Agosto não vier cá escrever nada, significa que parti.....





....para Machu Picchu! eheh

terça-feira, 16 de junho de 2009

Uruguai em maltesers

No fim de semana passado estava aborrecido. Como não havia mais nada para fazer, porque não ir até ao Uruguai?

No barco, a caminho de Colónia, decidi passar pelo duty free, que já estava cheio de gente agarrada aos perfumes e chocolates, supostamente mais baratos. Fui directo à procura de um iPod Touch, quando me disseram o preço achei que me tinha enganado e estava a comprar um carro - 800 dolares o de 16 GB. Avancei para outro tipo de produtos, mas o alegado Duty free, de free tinha muito pouco. Acabei por sair de la com um pacote de maltesers que me custou 6 dolares.

A partir daqui comecei a gerir a minha viagem à base de maltesers. Chegando a Colónia, aluguei uma motinha para matar saudades - custo: 3 pacotes de maltesers! Fui almoçar no centro de colónia - mais 3 pacotes de maltesers. Colónia del Sacramento, que já foi uma colónia portuguesa, apresenta muitos traços característicos de Portugal. Os habitantes são extremamente simpáticos e atenciosos, em geral, e não só em Colónia, achei os Uruguaios um povo bastante mais simpático e hospitaleiro do que os Argentinos.
Depois de uma tarde a passear por Colónia segui viagem para Montevideo - autocarro: 1,5 pacotes de maltesers

Chegando a Montevideo, já era tarde e tinha que encontrar sitio para ficar. Fui parar a um hostel muito manhoso, onde nem os lençóis tinham sido mudados e tinha um aquecedor no quarto que filuminava mais que o próprio sol - mais 1,5 de maltesers. Como ainda tinha que jantar alguma coisa - mais 1 pacote e umas bolinhas...

O dia seguinte foi para conhecer Montevideo. Não tem o encanto de Buenos Aires, mas não deixa de ser uma cidade gira, com um centro histórico muito rico na sua arquitectura. Caminhámos por toda a cidade, que mais parecia uma cidade fantasma, apenas meia duzia de turistas a passear também pelo centro, até que demos com o mercado de rua, que à semelhança do mercado de S. Telmo em Buenos Aires, apenas funciona ao Domingo. Neste mercado vendia-se de tudo: fruta, legumes, livros, roupa, bijuterias... e até animais...

Além da simpatia, outra coisa que se demarcava nos uruguaios era o consumo exacerbado de mate. Aquele super concentrado de chá que se bebe tanto na argentina, ainda se bebe mais no Uruguai - mais de 200 litros anuais per capita. Creio que não vi uma única pessoa nas ruas, lojas, centro comercial, fronteira, etc. que não tivesse o termo debaixo do braço e o mate com a bombilla na mão.

Continuando...

Quando começou a anoitecer achámos que já tinhamos visto o suficiente de Montevideo e ainda nos restava mais um dia, por isso fomos para Punta del Este - viagem de autocarro: 1/2 pacote de maltesers!
Como tinhamos que comer e dormir....
  • jantar: 1 pacote e 1/2 de maltesers
  • Hotel: 3 pacotes e 1/2 de maltesers!!
No dia seguinte alugou-se mais uma motinha para percorrer a zona - mais 2 pacotes de maltesers.
3 horinhas são mais que suficientes para conhecer Punta del Este, mas nada suficientes para apreciar. Punta del Este faz lembrar muito Ibiza, no verão é o ponto de passagem de toda a riqueza da américa do sul, com so casinos sempre cheios e hóteis por toda a parte; no inverno é um lugar muito pitoresco e pacato. Tive pena de não ter ficado mais tempo para apreciar toda aquela paz que lá se vivia, mas já se fazia tarde e tinha que voltar para Colónia para apanhar o barco de volta a Buenos Aires - autocarro: 2 pacotes e 1/2 de maltesers.



No final deste brincadeira toda já tinha gasto 26 pacotes de maltesers, por isso o meu conselho, se vierem ao Uruguay, comprem maltesers no lidl que sai bem mais barato.


Colónia




Montevideo


Punta del Este/Punta Ballena

quarta-feira, 10 de junho de 2009

The Final Countdown


Este vai ser o último pagamento da casa. Chega ao fim um ciclo de sofrimento, ao ver o dinheiro a sair da conta com grande velocidade, mas entra um novo, contar os dias para voltar a Portugal. Por um lado fico feliz por voltar a ver toda a gente de quem já sinto falta, por outro, a ideia de que a experiência está a acabar, deixa o sentimento de vazio das coisas que ainda poderiam ter sido feitas (apesar de não me poder queixar muito eheh).

Mulheres primeiro - parte II

Mais uma história caricata para juntar ao molho, outra vez acerca do excesso de cavalheirismo cá existente.
5 homens para entrar no elevador, ouviram os passos de uma senhora que se aproximava no fundo do corredor, também com ar de quem vinha apanhar o elevador. Como cavalheiros que são, não entraram antes da senhora e ficaram à espera que ela chegasse para lhe ceder a passagem. Tudo muito bonito até que a porta do elevador fecha-se e o elevador sobe, sem ninguém dentro...Isto num edifício em que se espera uns 5 minutos pelo elevador.

Que Boludos!!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Um pouco de Portugal

Por motivos de comemoração do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no próximo 10 de Junho, a Embaixada de Portugal na Argentina presenteou ontem a comunidade portuguesa com um concerto de fado. Pudemos assim assistir a uma magnífica actuação de Camané, acompanhado pelos seus músicos. Devo dizer que o legado de grandes guitarristas portugueses, como Carlos Paredes, foi bem entregue a José Manuel Neto, que teve um prestação simplesmente brilhante.

Lá serviu para matar um pouco as saudades de Portugal...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Em buenos aires, sê porteño

Conduzir na Argentina tem muito que se lhe diga, mas conduzir em Buenos Aires é a loucura. A experiência a conduzir mota em Portugal ajudou bastante, é preciso ter olhos em todo o lado..e aqui bem precisei deles. Tudo é permitido e ninguém leva a mal as maiores atrocidades. Por mais estranho que pareça levam sim a mal as boas práticas de condução, ora vejam. Conduzi com os faróis apagados à noite, andei sobre 8 faixas, pisando traços contínuos para poder fazer inversão de marcha num local em que era proibido, circulei sobre duas faixas com traço contínuo no meio, excesso de velocidade, passei sinais vermelhos, circulei sobre passeios, ultrapassei pela direita e nada disto levaram a mal, acho mesmo que até fui aplaudido. Mas quando cometi a infâmia de, por duas vezes, não ceder prioridade quando era eu quem circulava na rotunda, nas duas vezes fui violentamente buzinado e quase que me passaram a ferro. Parece que aqui tem prioridade quem vem mais depressa e levam isso muito a peito.

A Argentina recentemente adoptou uma política de pontos nas cartas de condução, todos começam com 20 pontos e vão perdendo-os à medida que cometem infracções. Gostaria apenas de saber o que é preciso fazer para perder os tais pontos...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Façam figas

Segunda feira é feriado então este fim de semana vou para Córdoba. Sim, já lá estive, mas desta vez há duas diferenças. 1º não vou a Córdoba capital, mas sim conhecer os arredores...os lagos, montanhas, estâncias, etc. 2º não vou de autocarro, mas sim a conduzir um fantástico Renault Logan! (??)


Não me considero propriamente um azelha ao volante, até acho que conduzo bem, mas só de imaginar, num momento de pouca lucidez mental, parar numa passadeira para dar passagem a um peão até me arrepio. Imagino até o próprio peão a quem cederia passagem a insultar-me convulsivamente por acto tão atroz.
Assusta-me também pensar como conseguirei eliminar estas regras mentais que me obrigam a circular na estrada entre duas linhas brancas.

Creio que me safarei se fechar os olhos, andar aos zigzagues e não largar a buzina!!

Mulheres primeiro...levado ao extremo


Quem me conhece sabe que sou um tipo simpático e pode-se até dizer que sou cavalheiro..abro a porta para as senhoras passarem, ajudo senhoras de idade com as compras e todas as outras coisinhas que levam um homem a ser classificado de cavalheiro.

Aqui na Argentina perco toda a vontade de o ser. Não me levem a mal, mas eles já abusam com o cavalheirismo. Ser cavalheiro é muito bonito, mas também é preciso ser prático e não cair no ridículo.
Noutro dia, num elevador de um prédio de escritórios, vinham cerca de 15 pessoas. 1 era mulher e tava na parte de trás do elevador. Quando chegámos ao 0, nenhum dos homens saiu, à espera que a pobre mulher conseguisse abrir caminho por aquele maranhal de gente...e não parecia muito agradecida por este suposto acto de cavalheirismo. Nem ela, nem eu que achava que teria sido muito mais rápido se tivessem saido as pessoas que estavam junto à porta para facilitar.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Em Buenos Aires com a mãezinha


Esta semana tenho cá a minha mãe de visita. Como é típico da praxe, passo os dias a fazer de guia turístico. Levei-a a aulas de tango, ao "la bomba del tiempo" no Konex, a bons restaurantes e, como é óbvio, a La Boca e San Telmo.

E foi em caminito, este fim de semana, que assistimos à dança de tango mais espectacular que tive oportunidade de ver em Buenos Aires...e sem pagar um tostão.






No final ainda fomos brindados com um fado argentino cantado por um "tangueiro" da velha guarda.

Fado - Caprichosa

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Banana Split



















Se acham que a imagem acima não é um Banana Split, estão enganados. Isto é um Banana Split!
Já não comia um desde a Lituânia e há dias deu-me vontade. Enquanto o resto do pessoal pediu cerveja para empurrar o jantar, eu pedi um banana split (sem doce de leite) para sobremesa. Quando chegou à mesa, olhei de vários ângulos para o copo para perceber onde estavam a banana e as bolas de gelado.
Chamei o empregado e disse-lhe que não tinha pedido aquilo, tinha sim pedido um banana split
-- mas isto é um banana split
-- não, não é, um banana split tem uma banana inteira e bolas de gelado e normalmente vem num prato.
-- não senhor, isto é um banana split.
-- não é!
-- é!
-- não é!
-- é!
Bom, mostrando o menu mostrei-lhe que lá indicava que tinha bolas de gelado e banana
-- está a ver? banana e gelado!!
-- mas isto não é o banana split, é a copa banana split.

peço desculpa se não indiquei que era a copa, realmente não estava à espera que tivessem vários pratos com o mesmo nome. Podiam por até o mesmo nome para tudo o que têm no menu, assim era sempre uma surpresa o que vinha para a mesa.

"oh shô Vitor, traga-me ai um bitoque fresquinho que tou com sede. E para acompanhar traga daí um bitoque tostadinho para adoçar a boca e, se ainda houver, ponha uma bola de bitoque por cima."

Bom, depois de várias vezes a dizer-me que não podia fazer nada, lá o venci pelo cansaço e trouxe-me uma copa banana split sem doce de leite, mas provavelmente com uma bisca...

Comidinha Argentina















Já cá faltava um post sobre alimentação na Argentina, e como tou aborrecido e não escrevo cá nada há uns 10 dias (e o pessoal já começa a reclamar), cá vai um textito sobre comidinha.

Os argentinos comem carne, muita carne...cerca de 70 kg por ano, principalmente de vaca. Bife chorizo, vazia, chorizo, morcela, entranhas, costeleta, estas são as variedades mais típicas qu se comem por cá. Para acompanhar, geralmente papas fritas, em raras ocasiões saladas. Para a maioria das pessoas é tão raro comer saladas como peixe, já conheci várias pessoas que nunca sequer comeram um peixinho fresco.

Empadas é outra coisa que se encontra bastante por cá. Em qualquer quiosque de rua vendem empanadas de galinha, carne, vegetais, etc..
Também se come muito media lunas também conhecidos como croissants. Sendo na sua maioria doces, estes são quase sempre comidos simples. A maioria dos cafés têm serviço de entrega ao domicílo (ou às empresas), pelo que é comum ver um rapazito a andar pela rua de bandeja na mão com 2 media lunas e um café. Melhor do que manteiga, só mesmo o gostinho do tubo de escape dos autocarros.

As sandwiches com bolachas maria que eu tanto fazia quando era miúdo também têm um nome cá. Alfajor...mas geralmente entre as bolachas está doce de leite. Aliás, até estranho como não usam doce de leite para acompanhar a carne. Encontra-se doce de leite em toda a parte: iogurtes de doce de leite, gelados, Nestum, bolos, tartes, empanadas, etc. etc.

Continuo a achar que não há comida como em Portugal, ainda estou para encontrar o sítio onde a comida possa ser considerada realmente melhor que a nossa.

Bom Apetite!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Patagónia - El Chaltén

(Atenção! segue-se um momento de Cultura, é altamente recomendável passar para o parágrafo seguinte)

Muitos de vós não deve fazer a mais pequena ideia da razão por qual a Patagónia tem este nome.
Quando o Magalhães chegou à Argentina (aquele senhor que queria descobrir uma passagem pelas américas que supostamente unia o Atlântico ao Pacífico...bla..bla..bla...) ele e a sua equipa descobriram umas pegadas enormes naquela zona, o que lhes fez pensar que os habitantes seriam gigantes. Imediatamente apelidaram aquela terra de Patagónia - terra do pés grandes. Na verdade os indígenas que lá habitavam até tinham os pés pequenos para a sua estatura, mas tinham-nos envolvidos em peles de animais fazendo com que as pegadas parececem maiores.

(fim do momento de cultura, daqui para a frente é só palhaçada)


Depois de visitar o Glaciar já pouco havia para ver na patagónia que pudesse superar. Mas também não íamos ficar parados a gelar...fomos então a El Chaltén, a capital argentina do Trekking. Ou seja, fomos lá para andar...andar como gente grande.
nas 8 horas que lá passámos podíamos esscolher 1 de 3 trilhos, possiveis de serem "andados" em 6 horas (para nos dar tempo de ir e vir e não perder o autocarro de regresso para Calafate - ainda são uns 400 km de distância). Passámos quase uma hora a decidir qual faríamos, mas na verdade não valeu de muito, porque quando já iamos no final, apercebemo-nos que já não estávamos no que iniciámos, mas sim noutro totalmente diferente...ainda não consegui perceber como foi isso aconteceu.
Quando digo final, não é bem o fim do trilho, porque não chegámos lá...o tempo era escasso e a preguiça não ajudava. Ficou um pouco o sentimente de dever não cumprido, especialmente por haver velhotes de bengala a ultrapassar-nos pelo caminho. Mas também, tiveram muitos mais anos que nós para treinar. Mesmo assim ainda nos podemos orgulhar de ter feito uns 12 km quase sem parar.

Uma coisa deu para ver: a Patagónia é uma terra cheia de nada, um nada enorme mas lindíssimo!


Monumento ao caminhante distraido

Um monte de nada
Ali está mais um glaciar
Já falta pouco..

Tenrinhos..

Até criancinhas nos passam

Mais um monte de nada

E aqui ainda menos

6 horas depois, chegámos ao início?!

El Chaltén

Dorme com os pés de fora da casa mas ao menos tem todos os canais de televisão existentes



terça-feira, 14 de abril de 2009

Patagónia - Glaciar Perito Moreno

Após a experiência de estar frente a frente com as cataratas de Iguaçu, volto a estar na presença de outra maravilha - o glaciar Perito Moreno. Os seus 30 kms de extensão e cerca de 230 km2 (3 vezes o concelho de Lisboa) fazem deste Glaciar um dos mais importantes dos cerca de 356 existentes no parque nacional de cerca de 724.000 hectares.
Junto ao glaciar vive-se uma paz que parece ser infinita, perfeita para disfrutar do som do silêncio. Silêncio este, que é interrompido pelo movimento do glaciar que causa o desprendimento e desmoronamento das paredes, produzindo um estrondo semelhante a um trovão.
Cá entre nós, se não fosse isto, era uma seca visitar o glaciar :P

Além das suas dimensões, o que também torna este glaciar especial é o facto de ser o único glaciar estável com aquelas dimensões. Isto significa que cresce praticamente tanto como vai perdendo gelo (ou isto é o que nos querem fazer acreditar).

Ficam aqui as fotos:


Sim, estive mesmo aqui!!

Depois de meia-hora em frente a esta parede o capitão resolveu levar o barco para o outro lado e caíram 4 pedaços enormes. É realmente impressionante ver e ouvir este espectáculo.

Visto de cima tem-se outra vista da imponência do Glaciar.


Cá estou eu outra vez, a ver se caem mais calhaus deste lado.


"Não tou a ver aqui nenhum sítio para comprar sapatos...já podemos ir agora?"

segunda-feira, 13 de abril de 2009

No fim do mundo...literalmente


Quantos de nós já não ouvimos dizer, ou mesmo dissemos: "Isto fica no fim do mundo!...".
Posso dizer-vos que, de todas as vezes que me recordo ouvir, as pessoas não faziam a mínima ideia do que diziam. E como sei eu isto? Pois é, eu estive literalmente no fim do mundo e não se parece em nada com os locais que as tais pessoas alegavam ser o fim do mundo.
A cidade apelidada de fim do mundo chama-se na verdade Ushuaia e fica na Terra do Fogo, ali como quem desce para a Antártida, passando o estreito de Magalhães.

No primeiro dia fomos a uma excursão de barco pelo canal Beagle. Cruzámo-nos com alguns leões marinhos, aves marinhas, mas o que eu estava mesmo ansioso para ver era a comunidade de cerca de meio milhão pinguins na ilha mais distante da excursão. Isto sim ia valer todos os tostões gastos na navegação.
Chegando finalmente à ilha fiquei bastante indignado com o facto de os pinguins terem decidido ir jogar às escondidas quando um grupo de turistas os queriam fotografar. Apenas lá estavam 16 pinguins que o pobre coitado que estava a apanhar tinha encontrado até lá chegarmos. Ainda pedi ao capitão para esperar até acabarem a brincadeira mas ele não me deu ouvidos, devia estar de conluio com os pinguins para nos fazer pagar outra excursão.

A excursão terminou com uma visita à quinta Harberton, a mais antiga da Terra do Fogo, e o regresso foi feito por autocarro com algumas paragens para fotos.

Uma caminhada de 6 km no parque nacional para arejar um pouco e uma visita à prisão do fim do mundo puseram fim à visita à Terra do Fogo. Próximo destino: El Calafate e o glaciar Perito Moreno


Parece que ali para a frente o mundo acaba, espero que tenham gradeamento


Tá um ventinho que constipa


Farol do fim do mundo, o gradeamento está próximo...

...98, 99, 100. Aí vou eu!


Não desistas...hasta la victoria, siempre!

Não, Dora, o senhor não é amigo.
O menino também não!!


Chega de palhaçada, de volta para a jaula!



Are we there yet?




Aqui está uma árvore bandeira

mais umas aqui

Aí vamos nós para el Calafate